Por volta de 1879, Hermann von Helmholtz e William Thomson cientistas alemães, tentaram explicar
o aparecimento da vida na Terra com a hipótese de que meteoros serviram de meio
de transporte para formas de vida encontrada no espaço - teoria Cosmozoica ou Panspermia Cósmica.
O físico sueco Svante Arrhenius sugeriu
que os esporos poderiam ser transportados no espaço pela pressão da radiação
emitida por estrelas. Fortalecendo a Teoria cosmozoica.
A presença de matéria orgânica em
meteoritos encontrados na Terra tem sido usada como argumento a favor desta
teoria, o que não invalida a possibilidade de contaminação terrestre, após a
queda do meteorito.
Atualmente já foi comprovada a
existência de moléculas orgânicas no espaço, como o formaldeído, álcool etílico
e alguns aminoácidos. No entanto, estas moléculas parecem formar-se
espontaneamente, sem intervenção biológica.
Fred Hoyle, ao
estudar as galáxias, verificou que seria possível que bactérias viajassem pelo
universo.
Ele observou que na poeira espacial havia compostos de carbono e
água, sendo que esta refletia determinado espectro de luz, que era
coincidentemente o mesmo que as bactérias refletiam. Quando expôs sua teoria em
1979, muitos pesquisadores ficaram céticos em relação à teoria.
Na década de 80 do século passado, Crick
(um dos descobridores da estrutura do DNA) e Orgel sugeriram uma teoria
de Panspermia dirigida, em que o agente inicial da vida na Terra
passaria a ser colônias de microrganismos, transportadas numa nave espacial não
tripulada, lançada por uma qualquer civilização muito avançada.
A vida na Terra
teria surgido a partir da multiplicação desses organismos no oceano primitivo.
Alexander Oparin, em 1936, formulou uma
teoria que explicava o surgimento
dos seres vivos a partir dos aminoácidos, moléculas simples que formam as
proteínas. Ele acreditava que a atmosfera primitiva da Terra era composta por
metano, amônia, hidrogênio e vapor d`água, e que na presença
de altas temperaturas, descargas elétricas e radiação ultravioleta, os gases
originaram os aminoácidos. Estes, por sua vez, submetidos a aquecimento
prolongado, formaram proteínas que foram arrastadas para os mares pela chuva.
Na água, o choque contínuo entre elas deu origem a moléculas maiores (os
coacervados) que conseguiram se organizar em células e se replicar.
Segundo ele, a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos e no início sua
temperatura era muito elevada. O resfriamento e a solidificação da crosta
ocorreram mais tarde, por volta de 2,5 bilhões de anos. As temperaturas do
planeta iam diminuindo gradativamente, e com isso, a água que evaporava se
condensava na atmosfera e caía novamente, sob a forma de chuva, que evaporavam
novamente, pois as temperaturas ainda eram muito elevadas. Nessa época
aconteceram tempestades torrenciais todos os dias, durante milhões de anos.
- Na
atmosfera primitiva do nosso planeta, existiriam metano, amônia,
hidrogênio e vapor de água. Sob altas temperaturas,
em presença de centelhas elétricas e raios ultravioletas, tais gases
teriam se combinado, originando aminoácidos, que ficavam flutuando na
atmosfera. Com a saturação de umidade da atmosfera, começaram a ocorrer as
chuvas. Os aminoácidos eram arrastados para o solo. Submetidos a
aquecimento prolongado, os aminoácidos combinavam-se uns com os outros,
formando proteínas.
- As chuvas lavavam as rochas e conduziam as proteínas para os mares. Surgia uma "sopa de proteínas" nas águas mornas dos mares primitivos. As proteínas dissolvidas em água formavam coloides. Os coloides se interpenetravam e originavam os coacervados. Os coacervados englobavam moléculas de nucleoproteínas. Depois, organizavam-se em gotículas delimitadas por membrana lipoprotéica. Surgiam as primeiras células. Essas células pioneiras eram muito simples e ainda não dispunham de um equipamento enzimático capaz de realizar a fotossíntese. Eram, portanto, heterótrofas. Só mais tarde, surgiram as células autótrofas, mais evoluídas. E isso permitiu o aparecimento dos seres de respiração aeróbia.
- Atualmente, se discute a composição química da atmosfera primitiva do nosso planeta, preferindo alguns admitir que, em vez de metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, existissem monóxido de carbono, dióxido de carbono, nitrogênio molecular e vapor de água.
Em 1950, dois
pesquisadores da Universidade de Chicago, Stanley Miller e Harold
Urey, desenvolveram um aparelho em que simularam as condições
supostas para a Terra primitiva. Com
sucesso, obtiveram resultados que confirmaram a hipótese de Oparin.
Miller, colocou num balão de vidro:
metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Submeteu-os a aquecimento
prolongado. Uma centelha elétrica de alta tensão cortava continuamente o
ambiente onde estavam contidos os gases. Ao fim de certo tempo, o
cientista, comprovou o aparecimento de moléculas de aminoácido no interior do
balão, que se acumulavam no tubo em U.
Pouco tempo depois, em 1957, Sidney Fox
submeteu uma mistura de aminoácidos secos a aquecimento prolongado e demonstrou
que eles reagiam entre si, formando cadeias peptídicas, com o aparecimento de moléculas
proteicas pequenas.
As experiências de Miller e Fox
comprovaram a veracidade da hipótese de Oparin.